Por que bocejamos?

Por Barbara Barros yawning-1437943-639x424

Durante muito tempo discutiu- se a verdadeira função do bocejo, sendo apresentados vários estudos que tentavam explicar porque bocejamos. Dentre as hipóteses levantadas, o bocejo serviria para: indicar sono, oxigenar o cérebro, demostrar socialmente que você está entediado ou para intimidar as pessoas pois, você mostra os dentes no ato de bocejar. Porém, um estudo recente realizado na Universidade de Albany e publicada na Evolutionary Psychology afirma que o bocejo tem uma função termorreguladora. A pesquisa revela que quando estamos com sono a temperatura corpórea aumenta ativando assim os mecanismos termorregulatórios. Um desses mecânicos seria o bocejo que aumenta o fluxo sanguíneo no sistema nervoso central e promove resfriamento. Como já sabemos o cérebro consome um terço das calorias ingeridas, portanto, precisa de muito oxigênio para realizar as funções metabólicas. O sangue que também leva o oxigênio ajuda a dissipar o calor produzido nos processos metabólicos. Andrew Gallup e Omar Eldakar demonstraram que a frequência de bocejos variava de uma forma sazonal. Eles observaram que os participantes bocejavam mais durante o período que a temperatura ambiente é igual ou superior á temperatura corpórea. Para demonstrar sua hipótese os pesquisadores instruíram os participantes a respirar pela boca (inspirando e expirando pela boca), resultando numa incidência de bocejo contagioso de cerca de 48% em resposta a ver vídeos de pessoas bocejando. Quando instruídos a respirar pelo nariz (inspirar e expirar pelo nariz), nenhum dos participantes exibiu o bocejo “contagioso”. Em um segundo experimento, a aplicação de bolsas térmicas na testa também influenciou a incidência de bocejo contagioso. Quando os participantes realizaram o mesmo experimento com uma bolsa quente (46° C) ou uma bolsa à temperatura ambiente na testa, enquanto observa as pessoas bocejarem, o bocejo contagioso ocorreu 41% das vezes. Quando os participantes realizaram uma compressa fria (4° C) sobre a testa, o bocejo contagioso caiu para 9%. Estes resultados sugerem que o bocejo tem um componente de adaptação funcional que não é apenas o derivado de seleção para as outras formas de comportamento. yawning-cup-1486176-640x480No entanto, os resultados dessa pesquisa não desacreditam a velha crença de que o bocejo está ligado ao sono, pois, como demostra o estudo de Seppo Saarela e Russel J. Reiter, a melatonina – homônimo que induz o sono –, desempenha também um papel fundamental na termorregulação e ajuste sazonal de animais. Ela parece enviar sinais à área que se ajusta a temperatura corpórea e metabólica do corpo. Esta função da melatonina e [nova] do bocejo revelam uma ligação entre esses fenômenos e mais uma pista para desvendar os mistérios do corpo.

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